segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

VELHOS CONES, BONS SUPORTES PARA MESINHAS

Mais recentemente percebemos que centenas de cones utilizados pelos serviços de trânsito das cidades acabavam pelas ruas. Recolhemos alguns e fizemos os reparos nas partes mais afetadas. Depois pintamos com PVA e colocamos círculos de barrica de tinta na parte superior. As peças que já estão prontas estão postas abaixo como a nossa novidade de retorno em 2017.




segunda-feira, 15 de agosto de 2016

CASA CUSTO ZERO, NOVOS OBJETOS E ESPAÇOS



Caixote de mamão papaia in natura sobre mesa de desenho.

No mês de agosto/2016, preparamos alguns objetos para melhorar as cores e a comodidade de nossos espaços de trabalho. Recuperamos algumas peças, fizemos uso de algumas garrafas plásticas e de alguns caixotes utilizados como suportes de plantas e flores. Uma velha mesa de desenho voltou à sua função original e o divã que demorou a sair do papel, parece que dessa vez será concluído. Vejamos algumas dessas peças e alguns desses espaços produzidos com móveis recuperados e madeira de última vida.



Visão geral da parede da mesa de desenho.



Garrafas de aguardente com flores


Cheiros e flores com livros sobre mesa de desenho.

Velha mesinha lateral recuperada

O divã saindo do papel.



segunda-feira, 8 de agosto de 2016

NÃO JOGUE FORA O SEU VELHO MÓVEL DE MADEIRA!



A indústria do descartável há muito vem contribuindo para a deterioração do meio ambiente, mas na entrada co século XXI com a explosão do crescimento da indústria moveleira de ocasião, o assunto passou a ser tratado pelos ambientalistas como algo que precisa ser combatido com urgência. No entanto percebe-se que as ações do estado não são suficientes para deter o crescimento da ruma de móveis que são jogados nos rios, mares e lagoas todos os anos por duas razões principais: 1) não existem programas eficazes de coleta de móveis que se tornam emprestáveis em curto espaço de tempo. 2) a indústria do móvel de carregação tem como objetivo colocar um produto no mercado esperando que ele se acabe junto com o pagamento da última prestação. Isso acontece com toda a mobília necessária para casa: guarda vestidos, cômodas, consoles, suportes, nichos, poltronas, sofás, estantes e objetos de decoração das mais variadas naturezas construídos com as várias formas de aglomerado existentes no mercado ou com o pinus travestido em tudo que é tipo de madeira.

O pinus que serve para paletes pode se transformar em atraente peça de mogno, peroba ou até em seu primo rico, o pinho de Riga português. O problema é a sua baixa resistência principalmente daqueles tipos que têm baixa densidade. No Brasil existem catalogados cerca de 50 tipos de pinus, mas nenhum deles possui a resistência da peroba, do mogno ou do cedro existente naquele móvel de aparência tristonha que você deseja colocar no lixo. Para que isso não aconteça, tire um fim de semana para livrá-lo do fogo. Compre tintas, lixas, colas e pincéis e ponha mãos à obra. Ao deixar de colocar um móvel de madeira nas ruas você está contribuindo para a despoluição do meio ambiente e evitando o corte de mais uma árvore que seria necessária para a feitura do móvel que deverá ocupar o lugar de sua estante acabada pelo tempo, mas que certamente foi feita com uma madeira de melhor qualidade do que aquela que certamente virá na próxima peça que você vai adquirir. Nas fotos abaixo, uma série de peças prontas para restauração e outras que já passaram pelo processo de rejuvenescimento.


Cadeira à espera de tratamento no Madeira de Rua
























Velha peça Chipandelle à espera de tratamento




Cadeira Marquesa, ainda em uso.

BANCOS SIMPLES, MUITO FÁCEIS DE FAZER!




Ao longo da história do desenho industrial que, nos séculos XIX e XX, passa a contribuir para a facilitação dos processos e para a melhoria dos índices das linhas de produção, uma parte menos comprometida com a velocidade e mais com a qualidade de vida das populações, se esmerou em buscar aproximações com os setores subalternos da sociedade no afã de desenvolver objetos com materiais de baixo custo à disposição desses grupos humanos. Neste particular, a Escola de Artes Bauhaus, Alemanha, cumpriu o seu papel enquanto existiu trazendo a produção dos artesãos para o interior da academia visando à melhoria da qualidade dos produtos que emergiam do que hoje podemos, em síntese, chamar de arte popular ou artesanato. Em se tratando de individualidades destacarmos o trabalho do arquiteto Victor Papanek atuando junto às comunidades africanas na feitura de projetos muito simples que partiam do desejo do indivíduo. Papanek dizia que o melhor arquiteto é o sujeito que vai habitar a casa. No mobiliário dentre as dezenas que esboçaram esta preocupação destacamos o nome de Gerrit Rietveld que, na década de 1930, projetou uma série de móveis para tempos de crises e que mais tarde recebeu o nome de um desenho para pobres ou coisa muito semelhante. Neste aspecto, a cadeira Gerrit de 1934 é emblemática: toda feita com madeira reaproveitada, de cortes e montagem muito simples. Nós mesmos, do Madeira de Rua, temos a nossa réplica da Gerrit 1934. No afã de contribuir para que não se percam idéias como as que acabamos de relatar colocaremos nas fotos baixo uma série de bancos feitos com objetos que rolam pelas ruas das cidades e que podem se transformar em interessantes objetos para sentar sem que tenhamos que contribuir para o corte de mais uma árvore. Vamos a eles.



Banco 1: barrica de plástico policromada.


























Banco 2: tronco de amendoeira pintado de branco.



Banco 3: barrica de papelão com tampo de aglomerado e papel torcido.




Banco 4: velho suporte para materiais de limpeza com tampo de aglomerado e papel.

domingo, 24 de julho de 2016

MESAS DE CENTRO COM VELHOS PALETES





Assim eram os primeiros paletes.


No princípio os paletes não eram feitos com a rapidez que requer a contemporaneidade. Eles eram fabricados com todo a calma do mundo e em sua confecção era utilizada madeira de lei e de qualidade para que o suporte tivesse uma vida longa. Toda a parte de madeira era tratada e os pés eram de ferro virado, pintado com tinta antiferruginosa. Quando recolhi os primeiros exemplares jogados nas ruas eles eram assim muito parecidos com rústicas mesas de centro e da forma em que eles chegaram, há mais de 20 anos em minha casa, passei a utilizá-los. Em seguida, com uma velocidade espantosa, eles foram se transformando, de forma que não se pode mais falar simplesmente em paletes de madeira. Já existem paletes de plástico, madeira prensada, ferro, papelão e muitos outros materiais. Hoje os paletes são construídos de acordo com o produto que ele deverá suportar para chegar com segurança aos assoalhos dos caminhões. Alguns produtos já vêm com embalagens/paletes agregadas como as caixas em que são colocadas pés de madeira ou de matéria plástica. De comum a todos os modelos, a forma que se parece com razoáveis mesas de centro. Para pessoas, como nós, que não gostam de contribuir para o corte de árvores, utilizar esses materiais, como mesa de centro, é uma interessante forma de demonstrar a nossa preocupação com o desmatamento que pode transformar o Brasil, em uma Europa replantada com a questionável cultura do pinus . Nas fotos abaixo, alguns exemplares de paletes, já transformados em mesas de centro.



Palete de Peroba: década de 1970


Palete de imbuia com pés de ferro: década de 1970.




Pequeno palete de pinus.


Palete de maçaranduba de pequena dimensão.



Palete tratado já em uso como mesa de centro.


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VEJA TAMBÉM:

sábado, 23 de julho de 2016

A MADEIRA COZIDA E O DELIVERY DE CADEIRAS





É POSSÍVEL QUE, EM 1850, QUANDO MICHAEL THONET começou a pensar em uma forma de vender cadeiras pelo correio, as pessoas que trabalhavam com ele no atelier familiar de Viena não acreditassem que aquele projeto pudesse ir adiante. Thonet, depois de várias experiências com a madeira cozida em rudimentares caldeiras que mais se pareciam com grandes panelas, conseguia chegar a um dos mais interessantes produtos do mobiliário mundial e há mais de 150 anos começava a fazer o que faz, em tempos de internet, a indústria mundial. A cadeira de Thonet foi criada para ser entregue pelos correios do mundo e desta forma chegou, até 1930, a vender cerca de 50 milhões de exemplares de seu mais interessante produto a CADEIRA N14. As cadeiras seguiam desmontadas e os compradores, quando as recebiam, somente tinham o trabalho de aparafusá-las de acordo com um manual em anexo. Atualmente sua fórmula esta espalhada por todos os continentes. No Brasil, os produtos são distribuídos por uma indústria da região sul, chamada THONART.

Hoje não se pode mais dizer que amolecer a madeira para com ela fazer peças curvas e circulares seja mais novidade, mas as pesquisas de Michael Thonet em seu espaço tempo certamente contribuíram para que outras pessoas despertassem para o desenvolvimento da interessante proposta. A cadeira é bela em sua essência e isto faz com que guardemos alguns exemplares que encontramos pelas ruas, algumas delas pensadas para as refeições das crianças e que hoje ainda são vistas pelos bares das cidades, como uma interessante maneira de deixar as crianças mais livres nas mesas enquanto os pais estão a degustar o seu prato preferido. Vamos às fotos.



A cadeira 14 e seu esquema de montagem para viagem.




Uma peça para bar (possivelmente brasileira) que encontramos pelas ruas.









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terça-feira, 19 de julho de 2016

A BELEZA DO DESENHO INDUSTRIAL DO SEC XX



 


















Volta e meia, lemos em algum veículo de comunicação que um determinado artista passou a utilizar, em seus trabalhos, elementos descartáveis de uso cotidiano que pertenciam a outras pessoas. O lixo, além de fonte de renda de milhares de empobrecidos no mundo inteiro, passou a fazer parte também dos apurados gostos estéticos que dominaram o mercado da arte no século XX.Uma parcela considerável desses artistas, faz uma defesa ecológica de seu ato criativo partindo de um viés muito simples: Ao utilizar um produto que rolava pelas ruas em minhas obras estou contribuindo para que ele não polua o meio ambiente e ainda por cima evito que outra peça de minha autoria seja feita com novos materiais extraídos de um ecossistema qualquer. Somente por isso seu gesto seria louvável. Como na fábula do beija-flor, ele também está fazendo a sua parte.




Cadeira Thonet para crianças.


No entanto, o assunto sobre o qual desejo discorrer neste pequeno artigo, vai um pouco além da relação homem-meio com o objetivo de preservação da vida de ambos. Podemos dizer, sem medo de cometer erros, que em nenhum momento de nossa história a sociedade produziu formas tão interessantes para que sejam descartadas logo após o uso do produto conteúdo ou da própria peça quando ela deixa de servir e atender aos fins para os quais a mesma foi concebida. A razão dessa beleza que enche as ruas, está no desenho dos objetos, já que a quase totalidade dos produtos industrializados do século vinte passou por alguma forma de projeto antes de sua modelação. Coisas simples como uma garrafinha de refrigerante exigiram esforços para que o seu desenho contribuísse para o aumento dos lucros de uma determinada marca. O que hoje vai para o lixo é parte dessa elaboração e, por sua beleza, adaptar-se-á, sem muita dificuldade, a outra obra de natureza decorativa ou utilitária.Vejamos, em fotos, algumas dessas preciosidades.



Cadeira Marcel Breuer, o princípio dos tubos dobrados.



As maravilhosas garrafas de Coca-Cola, vários desenhos e contribuições.


A italiana Olivetti Lettera, um luxo para a época.

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Veja o complemento deste artigo em:
eugeniocincodejunho.blogspot.com.br/estetica-do-descartavel